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Zcash registra alta de 22% e lidera criptomoedas de privacidade

A Zcash (ZEC) está vivendo um bom momento, com uma subida de 22% nesta sexta-feira e um impressionante 48% na última semana. Essa alta é parte de um movimento mais amplo entre as criptomoedas voltadas para a privacidade, que têm atraído a atenção dos investidores, especialmente em meio a um clima crescente de preocupações sobre vigilância financeira.

Na manhã de sexta, a Zcash atingiu mais de US$ 268, seu preço mais alto desde abril de 2022, embora ainda esteja a 93% de sua máxima histórica de quase US$ 3.200 em 2016. Atualmente, a Zcash é negociada em torno de US$ 230, conforme dados do CoinGecko.

Essa valorização não ficou restrita à Zcash. O universo das criptomoedas de privacidade registrou grandes ganhos também. O Veil Token (VEIL) disparou 248% na semana, o Railgun (RAIL) cresceu 225%, o PIVX subiu 106% e o BEAM avançou 73%. Outros ativos como o Tornado Cash e o Dash também mostraram alta, com 26% e 33%, respectivamente. O Monero (XMR), por sua vez, se manteve estável, com um pequeno aumento de 1,7% na semana. Esse cenário surge em um momento de incertezas nas economias e geopoliticamente ao redor do mundo.

Recentemente, Naval Ravikant, um investidor-anjo conhecido, elogiou a Zcash, destacando que enquanto o Bitcoin é visto como um seguro contra o dinheiro tradicional, a Zcash funciona como um seguro contra o próprio Bitcoin. No momento, o Bitcoin está em uma leve queda de 1,3% nas últimas 24 horas, sendo negociado a US$ 121.585, após ter alcançado o recorde de US$ 126 mil na segunda-feira.

Um outro ponto interessante é que a gestora de ativos digitais Grayscale anunciou que está lançando um fundo baseado na Zcash. Além disso, o valor total bloqueado no Railgun mais que dobrou recentemente, indicando uma movimentação crescente de usuários e contribuindo para a alta do mercado.

Volta do interesse por criptomoedas de privacidade

Esse movimento de alta sinaliza um aumento no interesse por criptomoedas focadas na privacidade. Especialistas apontam que a preocupação com vigilância financeira e censura está crescendo, sobretudo em tempos de instabilidade geopolítica e atrasos na divulgação de dados econômicos nos Estados Unidos.

Illia Otychenko, analista-chefe da corretora CEX.IO, comenta que, em ciclos passados, o interesse por criptomoedas de privacidade crescia em períodos de incerteza econômica e preocupações com fiscalização. A situação atual parece estar atraindo investidores da mesma forma. O atraso na divulgação de dados econômicos relevantes por conta do fechamento do governo dos EUA, a postura mais cautelosa dos bancos centrais e a retomada do debate sobre censura financeira elevam essas preocupações.

Ray Youssef, CEO do aplicativo NoOnes, vê as criptomoedas de privacidade como uma “estratégia sólida” em um cenário global em transformação. Ele alerta para o fato de que as reservas em moeda fiduciária, assim como em stablecoins, estão suscetíveis a sanções, e prevê que novos congelamentos de capital são “inevitáveis”. Youssef nota que o crescimento do preço e das negociações desses ativos está atraindo cada vez mais investidores individuais em busca de mais privacidade.

Por fim, ele menciona que as criptomoedas de privacidade são como “gêmeos” das moedas tradicionais emitidas por governos, pois, assim como o dinheiro em espécie, ninguém pode ver o quanto você possui ou como está administrando. A esperança é que isso possa reduzir a pressão regulatória sobre essas criptomoedas e abrir caminho para o surgimento de uma tendência de longo prazo.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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